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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

INSTITUTO UNIVERSIDADE VIRTUAL – UFC VIRTUAL

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA EDUCACIONAL

 


 


 

A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO EDUCACIONAL NA ERA DIGITAL

 


 

Linha de Pesquisa: Inovações e Práticas em

Tecnologia Educacional;

Proposta educacional com

uso de tecnologias digitais.

 


 


 


 


 


 


 

Fortaleza - CE

02/06/2021

 

1. RESUMO


 

Na atualidade, num cenário em que vários conceitos que vão desde a sociedade da informação, passando pela sociedade do conhecimento (BARTOLOMÉ, 2005) até se chegar a sociedade da aprendizagem, muito se têm problematizado sobre a questão que aborda a difusão de informações no cenário mundial por meio das tecnologias digitais, em destaque, o cenário educacional. Nesse cenário, em que educação e tecnologia se aliam, investiga-se todo o espaço educacional com a sua infraestrutura, os seus equipamentos, a sua comunidade escolar, e principalmente, a formação de professores e o processo de ensino-aprendizagem dos alunos. (SOUZA E MENDES, 2013, P. 86)

Tais questões não podem estar dissociadas da reflexão sobre o uso de ambientes que apoiam processos educacionais, os quais permitem, entre outros recursos de aprendizagem, o compartilhamento de conteúdos, a execução de atividades e a comunicação entre os sujeitos envolvidos. Conhecidos como Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs), esses “espaços” virtuais ensejam uma educação mediada por Tecnologias da Informação e da Comunicação, que, no tempo dos sujeitos envolvidos nos processos de ensino, aprendizagem e avaliação (em especial coordenadores, professores, tutores e alunos), permite-lhes a busca por conhecimentos e capacitação. Para além da discussão dos diferentes AVAs disponíveis no mercado e do modo como seus recursos podem ser utilizados, é necessária a reflexão sobre alguns aspectos, como os conceitos a eles relacionados, a forma de valorizar os diferentes tipos de aprendizagem, quando da utilização de seus recursos de dados, e, por fim, o levantamento de suas limitações, com a intenção de torná-los inclusivos. (MACIEL, 2018, p. 10)

As soluções de gestão educacional, ensino-aprendizagem e os conteúdos disponíveis em diversos tipos de mídias são passíveis de abstração, a partir de modelos que existem em Ambientes Reais. Contribuir para o debate sobre as formas de planejar, projetar, desenvolver, implementar e avaliar ações de aprendizagem, ao analisar as inovações mais recentes no campo de sistemas para educação online e seu design instrucional de AVA. Discute as atividades que envolvem o processo dessa modalidade de aprendizagem: o planejamento, a metodologia e a tecnologia empregadas, o acompanhamento e a análise dos resultados alcançados. (MACIEL, 2018, p. 10)

A partir disso, em tempos latentes de cibercultura, emerge uma nova modalidade de ensino: a educação online. Em busca de respostas epistemológicas à demanda desse cenário sociocultural, buscam-se novos referenciais teóricos e práticas didáticas que possam caracterizar o atual processo de construção do conhecimento e da aprendizagem. Este projeto de pesquisa, por meio de uma pesquisa bibliográfica e práticas didáticas, busca relacionar toda essa discussão epistemológica com os contemporâneos estudos. Como conclusão, acredita-se que essa reflexão possa oportunizar a possibilidade de se pensar novos paradigmas, práticas, metodologias, métodos e epistemologias, bem como (re)construir relações possíveis entre o processo de ensino aprendizagem e as tradicionais e consagradas teorias da educação. (SOUZA E MENDES, 2013, P. 86).


 

2. JUSTIFICATIVA


 

A escola, espaço transformador por excelência, precisa incorporar a influência das tecnologias digitais do nosso tempo. Todavia, a relação entre ensino e tecnologia nem sempre é muito fluida. Ensinar na Era Digital pode se tornar um desafio para educadores. É preciso absorver e redimensionar o uso da tecnologia por meio de uma prática pedagógica transformadora, a fim de que se formem cidadãos para o século 21.

No ambiente informacional contemporâneo, não restam dúvidas que o âmbito digital assumiu papel fundamental na estrutura de produção e consumo de notícias. Para ilustrar esta atual realidade, convém apontar os dados extraídos pelo Reuters Institute for the Study of Journalism, da Universidade de Oxford. No ano de 2019, no Brasil, as fontes online lideraram o ranking como principais meios de acesso à informação, com 87% de usuários – significativamente acima dos 73% de usuários do segundo meio mais acessado, a televisão -, enquanto os meios impressos permanecem em queda, atingindo apenas 27% no mesmo ano. Ao mesmo tempo em que presenciamos esta estrondosa ascensão, apenas 31% desta mesma população confia nas notícias divulgadas nas redes sociais. (TAJRA, 2002, P. 1)

Toda inovação tecnológica em educação precisa se basear em um contexto
epistemológico bem definido. Ao se conceber um ambiente virtual de aprendizagem -
AVA para alunos presenciais online, deve haver com uma adequada fundamentação teórica. Assim, torna-se possível desenvolver ferramentas de aprendizagem adequadas. Neste projeto de pesquisa, serão analisadas as possibilidades pedagógicas de ambientes virtuais de aprendizagem. Essas possibilidades são baseadas no Construtivismo, teoria proposta inicialmente por Jean Piaget. (COSTA E FRANCO, 2005, p. 01)

E identificar de que forma cada ferramenta deve ser utilizada para se obter melhorias pedagógicas. Serão analisados os seguintes aspectos: a importância de uma clara definição epistemológica, a consideração de que os estudantes são protagonistas da Internet, a possibilidade de promover a autonomia do estudante, a interatividade em ambientes virtuais de aprendizagem e a aprendizagem colaborativa. (COSTA E FRANCO, 2005, p. 01)


 


 


 

3. OBJETIVO GERAL


 

A ideia do projeto é apresentar um Ambiente Virtual de Aprendizagem como meio para apoiar a educação presencial online mediada por TIC, suas principais funcionalidades e ilustrar com exemplo. No qual após o estudo verificará a gestão de conteúdo na plataforma, permitindo a criação de cursos e a organização dos materiais instrucionais de modo que o docente e o estudante se guie facilmente pelos cenários do ensino-aprendizagem virtual.


 

3.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS


 

  • Reconhecer alguns modelos de Ambientes Virtuais de Aprendizagem;

  • Analisar diferentes modelos a partir das características essenciais de suas funcionalidades;

  • Utilizar essas funcionalidades para configurar ambientes de aprendizagem com materiais;

  • Entender os principais processos de preparação dos ambientes, de acompanhamento e de atuação dos estudantes;

  • Propor um ambiente virtual de aprendizagem para a produção do conhecimento no sistema educacional.

  • Avaliação e acompanhamento da aprendizagem por meio de diversos instrumentos;

  • Interatividade dos usuários com mídias e pessoas a partir de diversas ferramentas de comunicação;

  • Controle, registro e monitoramento de todas as atividades e acessos dos participantes.


 

4. FUNDAMENTOS TEÓRICOS


 

Segundo Freire, “Outro saber de que não posso duvidar um momento sequer na minha prática educativo- crítica é o de que, como experiência especificamente humana, a educação é uma forma de intervenção no mundo”(FREIRE, 2002, p. 38).

Há muito tempo – difícil até precisar desde quando – educadores vêm estruturando seus cursos a fim de conciliar a chamada “teoria” – principalmente por meio de aulas expositivas – e as atividades ditas “práticas” – em geral, com exercícios de verificação de aprendizagem. No entanto, cabe-nos refletir aqui se essa forma tradicional de realizar atividades realmente pode ser encarada como uma “práxis”, e não como mera reprodução mecânica da teoria. (MACIEL et al, 2018, p. 95).

 

Com a frequente utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) em contextos educacionais, uma outra configuração de cursos virtuais trouxe à tona novos desafios para profissionais da área de educação. Esse fato é notável especialmente no caso brasileiro, quando observamos o crescimento de cursos a distância (ABED, 2010), que se utilizam de TICs para agregar valor às suas estratégias de ensino-aprendizagem.

De outro lado, cursos que têm como modalidade a educação presencial também passaram a beneficiar-se dessas experiências, com a adoção das novas práticas, o que provoca, de certa forma, uma confusão, quando se busca discernir estratégias específicas de ensino-aprendizagem para cursos de educação a distância das de cursos de educação presencial.

No sentido de destacar esse novo cenário educacional, serão notáveis, neste momento, as contribuições de Tori (2010), quando descreve o surgimento de um fenômeno de convergência entre o virtual e o presencial na educação, também conhecido como Blended Learning.

O Blended Learning apresenta novas possibilidades educacionais, que proveem não apenas a aplicação de recursos para gerenciamento de conteúdos e processos de ensino-aprendizagem em educação a distância, mas também o uso de TICs, na perspectiva de agregar valor a processos de educação presencial.

Para efeito de ilustração do conceito de Blended Learning, Tori (2010) destaca a adoção de sistemas de gerenciamento de conteúdo e aprendizagem em contextos híbridos de educação tanto presencial como a distância, que, por sua vez, são conhecidos por diversas denominações, tais como Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs) ou Learning Management System (LMS).

A aplicação desse conceito torna-se ainda mais visível quando se observa na atualidade que ambientes virtuais, antes utilizados com maior frequência apenas em cursos de educação a distância, também passaram a fazer parte da rotina de cursos presenciais de diversas instituições, como, por exemplo, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que disponibiliza para professores AVAs, com o objetivo de agregar valor à prática docente de cursos presenciais .

Com essa nova tendência, torna-se evidente a necessidade de discutir o papel dessas tecnologias não apenas em uma visão instrumental, mas, principalmente, em contextos de educação virtual, cujo tema tem levado muitos educadores a refletir sobre o ressignificado de suas estratégias como interlocutores ou mediadores em contextos de Aprendizado Eletrônico. (ANJOS e MACIEL, 2018, p 12-13).

 

Em busca de respostas epistemológicas à demanda desse cenário sociocultural, busca-se conhecer diferentes referenciais teóricos que possam caracterizar o atual processo de construção do conhecimento e da aprendizagem. Essa reflexão permite pensar novos paradigmas, práticas, metodologias, métodos e epistemologias, bem como suas relações possíveis com o processo de ensino-aprendizagem frente às teorias educacionais. (SOUZA e MENDES, 2013, p. 7).

O principal fato com que deparamos na análise genética do pensamento e da linguagem é o de que a relação entre esses processos não é uma grandeza constante, imutável, ao longo de todo o desenvolvimento, mas uma grandeza variável. A relação entre pensamento e linguagem modifica-se no processo de desenvolvimento tanto no sentido quantitativo quanto qualitativo. Noutros termos, o desenvolvimento da linguagem e do pensamento realiza-se de forma não paralela e desigual. As curvas desse desenvolvimento convergem e divergem constantemente, cruzam-se, nivelam-se em determinados períodos e seguem paralelamente, chegam a confluir em algumas de suas partes para depois tornar a bifurcar-se. (VIGOTSKY, 2001, p. 111).

Um tópico relevante é a utilização da ferramenta de hipertexto na Educação. O trabalho com hipertexto pode impulsionar o aluno à pesquisa e à produção textual. O hipertexto como ferramenta de ensino e aprendizagem facilita um ambiente no qual a aprendizagem acontece de forma incidental e por descoberta, pois ao tentar localizar uma informação, os usuários de hipertexto, participam ativamente de um processo de busca e construção do conhecimento, forma de aprendizagem considerada como mais duradoura e transferível do que aquela direta e explícita.

A relação entre Educação e mídias digitais se faz a partir da popularização da internet, mediante o uso intenso da linguagem html, que possibilitou a montagem de rede hipertextuais, com links. Com o uso de hipertexto, conexões disponibilizam material de referência, independente do tema de interesse, com construção de base de dados cujo acesso associativo forma uma verdadeira rede de conceitos e exemplos.

No meio acadêmico-científico, a organização das informações são artificiais, pois tendem a uma hierarquização forjada. A disposição das informações no meio reticular da internet, com o auxílio dos hiperlinks, disponibiliza os conteúdos relacionados conforme seu desenvolvimento, a partir da ideia de que hipertextos transformam automaticamente palavra em texto escrito. Dessa maneira, são como as associações na mente humana, que se movimenta de uma representação para outra ao longo de uma rede intricada.

Conforme Pierre Lévy, os conteúdos tendem à digitalização, que conecta numa mesma rede o cinema, o jornalismo, a música e as telecomunicações, deixando o tratamento físico dos dados em segundo plano. Assim, "ao entrar em um espaço interativo e reticular de manipulação, associação e leitura, a imagem e o som adquirem um estatuto de quase-textos", o que amplia as ferramentas de ensino e discussão. (WIKIPÉDIA, Hipertexto e Educação).


 

5. METODOLOGIA


 

Em primeiro lugar, se desenvolverá o quadro teórico que apoiará a proposta de criar um AVA que sera oferecido inicialmente aos estudantes do curso de pedagogia da Universidade Federal do Ceará. Depois, se desenhará esta proposta, a qual será aplicada em uma construção multidisciplinar entre os estudantes da UFC dos cursos de ciências da computação, cinema e audiovisual, design digital, engenharia de software, pedagogia, sistemas e mídias digitais.

Nas fases de implementação e observação, se terá em conta as diferentes perspectivas da etnografia virtual (Hine, 2005) ou ciberetnografia, as suas interfaces, ambientes e praticas virtuais, como também a análise de comunidades e redes sociais (Passarelli, 2007) para investigar os comportamentos dos participantes nas metodologias virtuais de ensino-aprendizagem e a construção cientifica educacional.

No final com a informação coletada, será desenvolvido o modelo pedagógico de AVA presencial que se implementará, posteriormente, em outros cursos da UFC. (TUBIO, 2013, p . 7).


 

6. CRONOGRAMA


 

 


 

 


 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

COSTA, L. A. C.; e FRANCO, S. R. K. Ambientes Virtuais de Aprendizagem e suas Possibilidades Construtivas. Rio Grande do Sul / CINTED-UFRGS – v. 3, n. 1, p. 10, Maio de 2005. Disponível em: <https://seer.ufrgs.br/renote/article/view/13781/7972>. Acesso em: 31 de maio de 2021.

FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 25a Edição. São Paulo: Ed. Paz e Terra, 1996. 54 p.

MACIEL, C. (Org). Educação a distância: ambientes virtuais de aprendizagem. 2a edição. Cuiabá / EDUFMT, 2018. 261 p.

MENDES, G. L. e SOUZA NETO, A. Uma epistemologia para a Educação Online. Santa Catarina – UDESC; Vol. 11, No 25, 2013. Disponível em: <http://periodicos.estacio.br/index.php/reeduc/article/viewArticle/562>. Acesso em: 31 de maio de 2021.

GOMES, A. S.; PIMENTEL, E. P.. Ambientes Virtuais de Aprendizagem para uma Educação mediada por tecnologias digitais. In: PIMENTEL, M.; SAMPAIO, F. F.; SANTOS, E. (Org.). Informática na Educação: ambientes de aprendizagem, objetos de aprendizagem e empreendedorismo. Porto Alegre: Sociedade Brasileira de Computação, 2021. (Série Informática na Educação CEIE-SBC, v.5). Disponível em: <https://ieducacao.ceie-br.org/ava>. Acesso em: 31 de maio de 2021.

TAJRA, G. A. Estruturas Epistemológicas para o Digital. Ribeirão Preto (USP). 2020. Disponível em: <https://www.justificando.com/2020/04/27/estruturas-epistemologicas-para-o-digital/>. Acesso em: 31 de maio de 2021.

TUBIO, M. L. Criação de plataforma web para a aprendizagem colaborativa de idiomas on-line. Programa de Pós-Doutorado Escola de Comunicações e Artes Universidade de São Paulo ECA-USP. 2013 – Disponível em: <http://www3.eca.usp.br/sites/default/files/webform/projetos/pos-doc/projeto.pdf>. Acesso em: 31 de maio de 2021.

VIGOTSKY, L. S. A construção do pensamento e da linguagem. Tradução Paulo Bezerra. - São P aulo : Ed. Martins Fontes, 2001. 496 p.

WIKIPÉDIA. Hipertexto e Educação. Disponível em:

<https://pt.wikipedia.org/wiki/Hipertexto#Hipertexto_e_Educa%C3%A7%C3%A3o>. Acesso em: 31 de maio de 2021.

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